Até o dia 20 de setembro estarão abertas as inscrições para as oficinas de comédia oferecidas gratuitamente na programação oficial do BOBO – Festival Internacional de Comédia. Com vagas limitadas, as atividades formativas acontecerão na plataforma Zoom e têm como público alvo pessoas a partir dos 16 anos interessadas por estudos e técnicas de comicidade. Para realizar a sua inscrição clique nos links que se encontram ao final da matéria.
“Clown – o prazer de ser ridículo”, ministrada por Eveliana Marques Ekin, faz o uso de exercícios de improvisação e dinâmicas de picadeiro que colocam os participantes em contato com seu palhaço interior. Já “Bufão – do charme ao chorume”, com Aline Marques, explora o grotesco dos corpos para fazer uso do deboche como recurso fundamental desses seres que se divertem porque criticam a realidade através da zombaria.
Mas afinal, o que são clowns e bufões?
Ambos os termos e acepções surgem em contextos histórico-culturais passados e distintos, e suas variações ao longo dos milênios sofreram alterações,gerando novas formas de expressão, ainda que a origem cerne dessas figuras remontem ao próprio cotidiano do homem primitivo e sua relação com o trágico e o cômico.
O clown é um personagem encontrado em algumas dramaturgias, especialmente as escritas à época do teatro elisabetano, período em que efervesceram as peças de William Shakespeare. Seu principal antecessor é o arlequim da Commediadell’arte, ganhando diferentes modos de expressão que se distinguem. Tendo como exemplo o americano e o europeu, no primeiro há uma valorização da gag, do número, do que se faz, enquanto no segundo os aspectos privilegiados são mais subjetivos, ligado à natureza do próprio ator, ou ocomo se faz. O nariz vermelho é um elemento que comumente identifica este espectro cômico.
Já o bufão é um tipo característico do grotesco. Existe desde a Idade Média, estando presente na corte, no teatro popular, sendo cômico e considerado desagradável por apontar de forma pejorativa e inteligente os vícios e as características da sociedade. Seu corpo é caracterizado pela deformidade e o exagero, sendo o excesso, a ironia e a hipérbole de sua expressão seus principais atributos. O escárnio e o universo inescrupuloso da seu crítica o fizeram sobreviver no teatro, acompanhando-o historicamente e figurando-o no contemporâneo com manifestações plurais e sempre contextuais de sua particularidade.
Acompanhe as informações das oficinas abaixo e inscreva-se aqui!
Clown – O Prazer de Ser Ridículo
A oficina tem como objetivo proporcionar um contato mais sensível com o espaço interno e externo, além da busca por uma conexão verdadeira consigo e com o outro dentro do ambiente virtual. O prazer será um elemento primordial que permeará todo o trabalho, como busca de uma experiência mais leve, utilizando o riso como princípio de liberdade. Serão oferecidas práticas de meditação, com o intuito de buscar um estado de presença e consciência plena, aquecimento corporal e imagético, exercícios de improvisação que explorem o espaço da tela e exposição dos clowns em dinâmicas de “picadeiro”. Os momentos iniciais e finais do trabalho serão voltados à explanação e esclarecimentos sobre conceitos da palhaçaria.
Sobre a artista:
Eveliana Marques Ekin é atriz, professora de teatro, mãe, produtora cultural e empreendedora. Pesquisadora na arte da palhaçaria atua em diversos lugares como o palco, a rua, asilos e hospitais, direcionando seus estudos para o exercício do clown relacional. Formada em Teatro – Licenciatura pela UFRGS ministra oficinas e workshops de clown desde 2005. Em 2019 estreou seu solo de palhaça intitulado ESTRELA D’ALVA – Uma Jornada Clownesca e em 2020 o espetáculo virtual VAI PASSAR, ambos com direção de Luciane Panisson. Atualmente é integrante do Coletivo Das Flor e integra o corpo de atores responsável pela formação dos palhaços voluntários da ONG Doutorzinhos, onde também é voluntária atuando como Doutora Palhaça.
Bufão – Do charme ao chorume
A aula tem caráter teórico-prático. São abordados os princípios da bufonaria, os quais embasam os experimentos práticos propostos nas aulas, como: explorar o seu ridículo percebendo o charme que há nesse estado e usá-lo para ludibriar o público e dizer aquilo, que sem esse charme, não seria possível ser dito. Iremos abordar o político como algo intrínseco ao cômico e observaremos como o discurso panfletário e excessivamente racional não deixa espaço para o riso.
Sobre a artista:
Aline Marques é atriz e mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da UFRGS. Formada em Teatro pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS/FUNDARTE, é integrante fundadora do grupo Casa de Madeira de Porto Alegre – RS, onde pesquisa desde 2005 a linguagem do bufão e outras expressões teatrais grotescas.
Além de ministrar oficina para atores e palhaços, intitulada: Bufão – Do Charme ao Chorume, é também professora da Escola de Palhaças na disciplina de bufão, com formação acadêmica na área da atuação e da licenciatura, destacando-se ainda seus estudos na Ecole Philippe Gualier, na França, referência mundial em pesquisa sobre a técnica do bufão. No Teatro Torto, que integrou entre 2007 e 2012, seu foco de atuação foi na Biomecânica de Meyerhold, assim como no treinamento físico baseado na Antropologia Teatral. Autora, triz e diretora dos espetáculos bufanescos Le Bufê, Valdorf e As Bufa, foi diversas vezes premiada, sendo figura de destaque na arte da bufonaria.
BOBO – Festival Internacional de Comédia
Idealização e Direção geral:
Gabriel Botelho
Idealização e Coordenação:
Junior Sifuentes
Produção:
Arih Lopes
Brenda Knevitz
Cláudia Carvalho
Mauro Amaya
Samanta Della Passe
Siane Leonhardt
Designer gráfico:
Suzana Witt
Edição da chamada:
Julio Estevan
Produção Audiovisual:
Júlio Estevan
Renata Lorenzi
Assessoria de imprensa:
Gustavo Saul
Criação da trilha sonora:
Kevin Brezolin
Curadoria de Memes:
Júlia Cristina
Projeto realizado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei nº14.017/20.